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sexta-feira, 15 de março de 2013

Feios - Scott Westerfeld


Tally está prestes a completar 16 anos, e ela mal pode esperar. Não por sua carteira de motorista – mas para se tornar bonita. No mundo de Tally, seu aniversário de 16 anos traz uma operação que torna você de uma horripilante pessoa feia para uma maravilhosa pessoa linda e te leva para um paraíso de alta tecnologia onde seu único trabalho é se divertir muito. Em apenas algumas semanas Tally estará lá. Mas a nova amiga de Tally, Shay, não tem certeza se ela quer ser bonita. Ela prefere arriscar sua vida do lado de fora. Quando ela foge, Tally aprende sobre um lado totalmente novo do mundo dos bonitos – que não é tão bonito assim. As autoridades oferecem a Tally sua pior escolha: encontrar sua amiga e a entregar, ou nunca se transformar em uma pessoa bonita. A escolha de Tally faz sua vida mudar pra sempre.




Terminei de ler FEIOS, de autoria de Scott Westerfeld. Em meus caminhos pela blogosfera, vi que as resenhas sobre esse livro estavam tão positivas que decidi pegá-lo para ler. E ao contrário do que esperava, o livro acabou me decepcionando um pouco. Acho que esperava muito e ele não alcançou minhas expectativas. Mas vou tentar explicar melhor porque minha relação foi um pouco diferente.

A leitura é muito inteligente. Westerfeld criou um mundo futurista que consegue ser bem real, quando olhamos a nossa e percebemos que existem pessoas capazes de tudo para conseguir um determinado ideal de beleza. Um exemplo é a anorexia, ou aquelas operações para se tirar as costelas a fim de afinar a cintura. No mundo literário, a humanidade entrou em colapso, e fez surgir um governo forte que obrigava a população aos 16 anos a realizar uma operação para se tornar PERFEITA. Como assim?! Essa operação significava uma total modificação dos indivíduos com base num padrão comum. Nada de narizes grandes, olhos vesgos, magreza ou gordura excessiva. Tudo era simétrico e perfeito a fim de evitar conflitos. Além disso, o mundo desses perfeitos se resumia a curtir a vida. Poucos trabalhavam, os jovens bebiam e participavam de festas o tempo inteiro. Tudo era a maior diversão. Porém, antes de completar a idade limite para passar pela cirurgia, o indivíduo morava separado do restante e tinha um status: Ele era FEIO.

Todos sonhavam com o momento de simplesmente se tornar perfeito e deixar seus defeitos para trás. Tally não podia ser diferente! Iria completar 16 anos em apenas alguns meses e seu melhor e único amigo já havia realizado a cirurgia. É nesse momento que conhece Shay, uma adolescente diferente e um tanto rebelde que, ao contrário de todos, não queria operar. Queria viver como uma pessoa normal, feia, pelo resto da vida. Tally, obviamente, não compreende isso e quando sua amiga foge em busca de viver no meio de um grupo que viviam clandestinamente e feios, ela se vê enrascada. Tudo o que queria era se tornar perfeita e agora ela precisa realizar uma missão: Conhecer esse grupo e delatá-los a chefia de sua cidade.

A crítica é ácida com relação a essa alienação geral da sociedade com relação a beleza, a diversão exagerada e a transferência de poder e controle social. O autor também constrói uma demonstração de que nada é "preto no branco". Existem tons de cinzas em todas as nossas ações como ser humano, até mesmo, em questões como traição, redenção e culpa. Isso tudo pode ser visto através dos olhos e sentimentos de Tally. O problema que eu achei no livro é que eu não me identifiquei com a protagonista. Em nenhum momento, me senti ligada a ela. Nem quando ela quer ser perfeita, nem quando ela desiste e corre atrás da redenção, nem quando ela estava com David. Essa falta de ligação dificultou a leitura para mim.

Como se pode ver, o livro é ótimo! O plot, isto é, a ideia, é PERFEITO (fazendo aquele jogo de palavras)! O problema no livro foi algo muito particular meu e pode não se repetir com você. As críticas apresentadas são válidas e interessantes. Outra coisa que deixou a desejar, pra mim, foi a capa. Eu amo capas e elas devem ter algo que chame a atenção. No contexto geral, não me chamou a atenção. Passaria pelo livro e não haveria aquele "tcham" inicial. Ainda bem que existe a blogosfera rs

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