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terça-feira, 6 de agosto de 2019

4 anos

Essa postagem tem um destinatário, porém não é para o presente.
Até porque você ainda não sabe ler. Mas do jeito que é esperto não tardará aprender.
Eu tinha tanto medo de te ter e não saber como cuidar de você. Medos irracionais como de você não me amar, ou de eu não nutrir esse sentimento tão nobre por você.
Há 4 anos atrás no momento em que escrevo esse texto, a ansiedade era tão grande por sua chegada. Uma insegurança que sempre fez parte de mim tomava proporções gigantes ao mesmo tempo que estava doida para saber como você era.
Não conseguia me ver como uma mãe.
Mas ninguém melhor para ensinar a ser mãe do que o próprio filho da gente. Nasce tão dependente de nós e ao mesmo tempo aprendemos tudo com eles.
Amamentar foi tão doloroso pra mim, ao mesmo tempo que era tão importante pra você. Aprendi a engolir a dor pelo seu bem. E essa lição é uma que a gente aprende pra vida inteira. Te colocar a frente de mim passou a ser tão natural.
Logo eu que amava dormir, passei a ter um sono leve. Qualquer leve mexida, lá estava eu. E como é bom te ver dormir. A paz no seu pequeno rosto. Mantenho esse hábito até hoje e acho que sempre que puder. Teu abraço me revigora, teu sorriso, teu cuidado de dar um beijinho se acha que estou dodói.

Há 4 anos atrás, nasceu uma mãe quando você nasceu.
Parece clichê, mas como eu mudei depois de você. Acredito ter ficado mais forte, mais capaz de lidar com minhas inseguranças e incertezas. Espero que quando você possa ler esse texto, você descubra o quanto seu nascimento, suas necessidades, sorrisos, choros, pirraças, brincadeiras foram importantes pra me tornar alguém melhor.

Não canso de te falar e repetir: te amo filho! E sempre estarei com você, te amando e cuidando de você! Obrigada por me consertar todos os dias e por me abraçar tão apertado. Obrigada por existir!

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Perdendo a memória... - Sara Mota




O que aconteceria se perdêssemos as nossas memórias?
Se nosso passado não mais existisse em nós?
O que seríamos capaz de saber sem o que aprendemos?
O que poderíamos sentir sem sabermos nossa história?
Lacunas de emoções inexplicáveis
Ou simplesmente vazios insuportáveis?
Lembranças perdidas no fundo de uma mente que se acha sã
Ou ecos de um passado
Que não se consegue ou sabe recuperar?

Como viver sem saber  que se passou?
Como acreditar em algo que não se recorda?
Onde ir quando tudo o que se lembra
É uma enorme página branca sem direção ou sentido?
Um texto sem contexto
Sem nexo ou ligação
Solto ao vento
Vazio no espaço
Desconectado de todo plano.

Como caminhar sem saber aonde já se foi?
Ou mesmo sem saber para que seguir?
Viver em sonhos vívidos ou ilusórios
De lugares que não se recorda.
Acordar sem lembrar de ter dormido
Ver sem saber ser visto ou para onde olhar
Estar sem saber onde
Cantar sem saber o quê
Amar sem saber a quem.
- Sara Mota
Se puder ouvir a música que inspirou...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Falando sobre ansiedade



Ter ansiedade é normal. É uma química que o nosso corpo produz para nos ajudar a sobreviver. Assim como o medo, eles são necessários para garantir que nós venhamos a resistir aos perigos e inimigos possíveis e não fazer burradas que nos levem a morte.

O problema é que, assim como o medo, a ansiedade deixou de ser apenas um recurso do corpo humano e passou a ser uma reação mais comum dentro do corpo, mais desequilibrada, acontecendo em momentos que não há razão. Descontrolada. Nos dias hoje, com muita tecnologia e um tempo cada vez mais acelerado, a ansiedade cresce nas pessoas como um grande monstro.

Algumas pessoas dentre as 8 bilhões que existem no mundo (e esse número cresce a cada dia), desenvolvem transtornos de ansiedade que é um total descontrole dessa atividade química. Um descontrole que acarreta numa atividade desregular do cérebro provocando pânicos quando tudo deveria estar calmo, trazendo pensamentos horríveis e sem nenhuma razão de existir, aumentando medos e fazendo com que pareçam se tornar realidade ou haver uma possibilidade de se tornar realidade. A pessoa pode não conseguir dormir e não comer, ou o contrário comer absurdamente demais e dormir tbm, roer unhas (meu caso) e não conseguir realizar operações simples como ir na rua, cortar um cabelo, sem ter de se convencer que vai ficar tudo bem. Isso não é frescura e não se resolve simplesmente com a nossa vontade. Até porque ninguém em sã consciência (e até sem ela) deseja sentir esse tipo de coisa.

Costumo falar que sofrer de ansiedade é como viver com uma sombra. Tem dias que você nem a percebe, tem horas que parece que sumiu. Mas tem horas que você está estendendo uma roupa no varal ou lendo um livro ou até fazendo algo mais divertido e você se assusta com aquela sombra que você tinha se esquecido. E tem horas que dependendo do foco da luz e da posição dela a sombra cresce e parece um monstro que vai te engolir.

Nunca romantize ansiedade. Nunca menospreze a ansiedade ou quem sofre dela. Ela não é bonita e nem legal. Ela machuca e dói em quem a sente, porque se manifesta de modos diferentes em diferentes pessoas.

E isso é só um desabafo.